O
ano de 2022 marcou, profundamente, minha vida pessoal, espiritual e intelectual.
Os detalhes dessa aventura estão espalhados em textos que publiquei ao longo
dos meses, além de outros que pretendo terminar futuramente — à exceção daquilo
que pretendo reservar àqueles que me veem de perto. Afinal, todos têm direito a
um pouco de discrição em suas vidas.
Aquilo
que vou apresentar aqui, ao final de mais um ciclo formativo, é a lista dos
livros e autores que li em 2022. Eventualmente, o leitor notará que, neste ano
que está prestes a acabar, li quase o mesmo que em anos passados. No entanto,
quero deixar claro minha insatisfação quanto ao resultado final. Obviamente,
ler não é uma prova de atletismo ou uma espécie de exibição circense, isto é,
quantidade e velocidade não são o mesmo que qualidade. Pois há livros e
escritores incontornáveis, cuja densidade e complexidade equivalem a dezenas de
autores medianos; quem se dedica à leitura sabe bem do que estou falando. Contudo,
tenho clareza de que, como escritor e ambicioso aspirante a humanista, eu deveria ler ao
menos o triplo do que apresentarei aqui.
Há
muito por se aprender, meus estimados leitores e leitoras! O universo cultural e
científico criado, ao longo dos últimos milênios, pelos mais notáveis da
Humanidade é algo que beira ao infinito; de fato, ninguém pode declarar que sua
jornada intelectual concluiu-se, que chegou ao seu limite. Com efeito, quanto
mais me dedico à leitura e ao estudo, mais compreendo a profunda dimensão da
minha vexatória ignorância. É por causa disso que me frustro com os resultados
do meu esforço. Não escondo meu lado preguiçoso e indisciplinado, prisioneiro da
procrastinação mais entorpecida e irresponsável. Muitos ainda esperam que isso
se resolverá em algum momento do futuro, mas, estando prestes a completar
trinta anos, desconfio que esse traço da minha personalidade se manterá
inalterado. Enfim, suspeito que serei discípulo dos velhos mestres até o fim da
minha vida, o que não se configura como algo necessariamente ruim.
Por
fim, espero que esta listinha propicie, aos meus leitores e leitoras, uma noção
aproximada do meu percurso ao longo do ano. Evidentemente, não incluí na lista os
textos que li na internet, pois a quantidade é demasiadamente elevada, além de
estarem dispersos em vários sites e colunas.
1.
Vida
e morte no budismo tibetano, Chagdud Tulku Rinpoche (Makara);
Portões da prática budista, Chagdud Tulku Rinpoche (Makara);
2.
Chamamento
ao povo brasileiro, Marighella (UBU);
3.
A
política armada, Hector Luís Saint-Pierre (Editora UNESP);
4.
A
igreja militante, Charles R. Boxer (Companhia das Letras);
5.
China
Tropical, Gilberto Freyre (Global Editora);
6.
Nordeste,
Gilberto Freyre (Brasiliense);
7.
Revolução
Coreana, Paulo Fagundes Visentini, Helena Hoppen Melchionna, Ana
Lúcia Danilevicz Pereira (UNESP); Revolução
Cubana, Luís Fernando Ayerbe (UNESP);
8.
Ensaios
escolhidos, Augusto Meyer (José Olympio Editora);
9.
Machado
de Assis – Vida e Obra Vol. 2, Magalhães Júnior (Record);
10. Os sofrimentos do jovem Werther, Goethe (Penguin – Companhia);
11. A arte do Romance,
Milan Kundera (Companhia das Letras);
12. Por que escrevo,
George Orwell, (Penguin – Companhia);
13. O Estrangeiro,
Albert Camus (Record);
14. O Mito de Sísifo, Albert Camus (Record);
15. Mensagem, Fernando Pessoa (Nova Fronteira).Daniel Viana de Sousa
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