sábado, 5 de outubro de 2024

Por que votar em Júnior Pires

              

            Nos tempos presentes, chegamos a mais uma encruzilhada, mais um momento em que o destino coletivo de nossa cidade será modelado por nossas escolhas amanhã, seis de outubro, dia de eleição municipal. Neste domingo, cada eleitor deverá escolher qual caminho a capital da Paraíba percorrerá nos próximos quatro anos. Seguiremos com o progresso ou deixaremos de lado as inovações da gestão de Cícero Lucena (PP)? Manteremos os mesmos ocupantes da Câmara Municipal, a casa do povo pessoense, ou abriremos espaço para novos atores políticos?

          Ora, nunca antes foi tão necessária uma renovação da política legislativa. Estou convencido de que precisamos de uma repactuação que possa dar continuidade às conquistas alcançadas nos últimos quatro anos, assim como trazer a juventude organizada para a política, com uma linguagem mais próxima da sua realidade e dos seus anseios humanos. Novos tempos demandam novas ideias e novos personagens. Isso só poderá se concretizar, em primeiro lugar, com a renovação dos ocupantes da Câmara Municipal de João Pessoa.

         Dar um voto a Júnior Pires, significa apostar num futuro melhor para a capital que mais cresce no Nordeste, uma cidade que vem chamando a atenção de todo o Brasil por suas belezas naturais, dinamismo econômico, qualidade de vida, estabilidade, segurança e assim por diante. Devemos confiar que os melhores dias de Jampa estão batendo à porta, pedindo para entrar. Ainda que o cotidiano nos desafie com obstáculos, aparentemente, intransponíveis, nossa querida cidade vive, graças à gestão de Cícero e João Azevedo (PSB), uma grande transformação, tornando-se, cada vez mais, um modelo para o restante do país. Com efeito, não será surpreendente se Cícero ganhar esta eleição no 1º turno das votações.

        Acompanhando esse processo de transformações, uma nova geração de figuras públicas tem se sobressaído. Pouco a pouco, novos rostos têm vindo à tona, trazendo consigo novas mentalidades, novas maneiras de se conectar com as pessoas, independentemente de sua origem, crença ou posição social. Dentre estes jovens, destaco a atuação do advogado Júnior Pires (PSB), homem de família e trabalhador que soube fazer seu caminho na gestão do Procon-JP.

       Júnior não precisa recorrer às mentiras e outros ataques que certos candidatos, rotineiramente, fazem, tentando amealhar para si meia dúzia de votos, proferindo barbaridades em frente às câmeras. Tal tática — se fosse posta em prática na nossa cidade — só poderia nos conduzir a uma grave dissensão social, uma conflagração com seríssimas consequências para as classes mais vulneráveis, sempre vítimas das arbitrariedades perpetradas pelos amantes do poder. Basta! Política não é playground, tampouco cenário para atuação de coachs e outros arrivistas.

        Júnior Pires é, de fato, alguém que traz novos ares à política de João Pessoa. E, mesmo sendo jovem, ele não carece de experiência na máquina pública. Sua gestão à frente do Procon-JP rendeu-lhe destaque na vida política da cidade e elogios por parte dos contribuintes. Projetos sociais como o “Proncon-JP vai às aulas” marcaram a vida de muitas famílias de baixa renda, auxiliando aqueles que mais necessitam do poder público para, enfim, darem uma reviravolta em suas vidas. Afinal, a função do Estado é estar do lado de quem mais precisa. Assim, graças à competência e seriedade de Júnior — e da equipe que o cerca —, os eleitores seguramente irão elegê-lo para a Câmara Municipal de João Pessoa.

       Júnior não é um defensor da intolerância, um disseminador do medo ou do ódio. Pelo contrário, sua biografia é, desde os tempos em que militara no movimento estudantil, há mais de dez anos atrás, uma prova do seu compromisso com as pautas progressistas, bem como com os setores mais carentes da nossa sociedade. Hoje, Júnior anda de cabeça erguida tanto nos condomínios de luxo quanto nas comunidades periféricas de João Pessoa. Ninguém lhe fecha a porta na cara. Ninguém se recusa a abrir um diálogo franco e pessoal com ele, pois os pessoenses sabem de sua firmeza e retidão de caráter, de tal maneira que, vencendo nas urnas amanhã, sua caminhada estará apenas no começo, e não no fim.


Daniel Viana de Sousa

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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

25 personagens que me influenciaram

 

O universo da cultura pop sempre me cativou, e — ao contrário do que dizem por aí — há uma quantidade considerável de material bom a ser consumido, sem medo de se ingerir elementos nocivos à saúde da inteligência. De fato, nem tudo que a indústria cultural gera é imprestável ou supérfluo. Na verdade, o mundo pop me acompanhou desde bem cedo, seja nos filmes e séries, nos animes e mangás, seja na literatura de best-sellers e blockbusters, de modo que aquilo que sou, em parte, nasceu dessa simbiose de arte e entretenimento.

Após fazer listas de músicas, filmes, álbuns e séries, chegou a hora de apresentar alguns dos personagens de ficção mais marcantes que conheci até aqui. Escolhi um personagem por livro, filme, anime ou série, de modo que, certamente, muito material bom ficou de fora. Na realidade, qualquer classificação é parcialmente injusta — às vezes, o que fica de fora não é menos impactante do que aquilo que acaba sendo escolhido para aparecer aqui —, mas não lhes trazer lista alguma seria, a meu ver, ainda pior, pois temos de dar algum norte a quem nos lê. Afinal, o tempo que dispomos é sempre curto. Precisamos deixar o mundo que nos é familiar se quisermos acessar o que trafega além do horizonte, caso contrário teremos vivido uma existência que nos frustrará perante a morte. Nesse sentido, os heróis helenos estavam corretos em temer a mediocridade de uma vida levada bovinamente.

Lamento por aqueles que não enxergam valor nos labirintos da ficção, optando pelo torpor de um domingo no sofá, deleitando-se com pizza e guaraná em frente à televisão. Ainda hoje, é fácil acomodar-se a uma distração tão desnecessária quanto a rotina televisiva; não deveríamos nos espantar que ela seja concebida, desde os postos de comando dos conglomerados de comunicação, para nos enfiar esterco goela abaixo, sem nenhuma reflexão ou qualquer coisa que, de fato, promova uma transformação no indivíduo. Muito pelo contrário, a morbidez cognitiva é a regra do que assistimos ao ligar o televisor, bem como boa parte do que está em evidência nas redes sociais. De certa forma, a televisão ainda é um retrato do Brasil, um espelho no qual podemos ter um vislumbre da sociedade em que vivemos. Afastar-se de tudo isso, como um estoico monástico, só pode nos trazer ganhos à saúde física e mental.

Ler, por sua vez, requer um heroísmo que se torna cada vez mais penoso à medida que o leitor deixa o conhecimento de lado, preferindo as banalidades de uma sociedade viciada em se entreter, como se fugisse de um silêncio feroz, capaz de devorá-lo se fosse, enfim, liberto. Seria esse silêncio a causa de um coração sufocado e inquieto? Estariam as suas consciências gemendo desgraçadamente? Nesse caso, a leitura seria “ameaçadora”, porque poderia nos levar a portas perigosas. Quem não é habituado a percorrer tais recantos tortuosos, costuma se sentir desperdiçando o próprio tempo, e logo deixa o livro de lado. Assim disse Tyrion Lannister: do mesmo modo que a espada precisa da pedra para se manter afiada, a mente precisa dos livros; ela precisa lê-los página por página, sem pressa de chegar ao final, sugando seu sumo até o âmago, comungando, com o protagonista, de suas dores e alegrias, derrotas e conquistas.

Ler nunca foi fácil para os iniciantes, o que, talvez, explique o fato da maioria dos brasileiros não lerem livros ao longo de suas vidas. Claro que, no caso nacional, há outros aspectos socioeconômicos que precisam ser considerados: o alto preço dos livros, o sucateamento da educação pública, o desincentivo à busca pelo saber, a falta de tempo livre do trabalhador que transita pelas grandes cidades e assim por diante. O fato é que, enquanto coletividade, ainda somos um povo avesso à leitura, ao contato com o livro na intimidade do quarto de dormir. Enquanto a televisão tem seu lugar garantido na sala de estar dos brasileiros, o livro é quase um extraterrestre para a família comum, sem mesmo uma estante que o comporte adequadamente.

Agora, falemos da lista que trago nessa postagem.

O que esses personagens têm em comum? Difícil pergunta. Talvez uma certa nobreza nipônica, paixão cavalheiresca, uma valentia heroica, resiliência homérica, mas também (em alguns casos) uma pureza primaveril que os torna incompreensíveis à sua época. Alguns influenciaram a minha infância e adolescência, enquanto que outros chegaram até mim só na vida adulta. Tal qual um Prometeu que nos traz a luz do esclarecimento, conhecê-los mexeu comigo, transformando minha forma de ver o mundo à nossa volta. Também não nego que minha solidão tenha sido atenuada após esse encontro, pois eles são a personificação daquilo que os rebeldes compartilham entre si: uma individualidade irredutível, singularidade incapaz de se dobrar, disposta a nadar contra a maré e sacrificar-se se for preciso. Nesses tempos de resignação apática, tais personagens são uma lufada de brisa acolhedora e, ao mesmo tempo, um furacão dentro das nossas cabeças.

A lista abaixo apresenta alguns dos personagens que mais me chamaram a atenção:

 

1.    Kenshin Himura (Samurai X);

2.    Myamoto Musashi (Vagabond);

3.    Ip Man (Donnie Yen);

4.    Moritsugu Katsumoto (Ken Watanabe);

5.    John Keating (Robin Williams);

6.    Dr. Carlo Antonini (Emílio de Mello - PSI);

7.    Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood);

8.    Ryoko (Tenchi Muyo);

9.    Nausicaa (Nausicaa do Vale do Vento);

10. Forrest Gump (Tom Hanks);

11. Tyrion Lannister (As Crônicas de Gelo e Fogo);

12. William Wallace (Mel Gibson);

13. Jacques Mayol (A imensidão azul);

14. Santiago (O Velho e o Mar);

15. Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis);

16. Neo/ sr. Anderson (Matrix);

17. André (Lavoura Arcaica);

18. Ulisses (Alfred Tennyson);

19. João Grilo (Auto da Compadecida);

20. Príncipe Míchkin (O Idiota);

21. Furiosa (Charlize Theron);

22. Coringa (Heath Ledger);

23. Feanor (Silmarillion);

24. Gandalf (O Senhor dos Anéis);

25. Anakin Skywalker/Darth Vader (Star Wars).

 

 

Daniel Viana de Sousa

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terça-feira, 30 de julho de 2024

Um novo mundo emerge

  

            Fala-se muito que uma transformação mundial está a caminho, porém os fatos mais recentes — e os processos dos quais eles fazem parte — demonstram que tal mudança, na realidade, já chegou até nós.

            Não vivemos mais a conjuntura do final do século passado, em que os Estados Unidos (EUA) gozavam, mesmo nos rincões desconhecidos do mundo globalizado, de uma hegemonia inconteste. À época, os norte-americanos podiam decretar invasões a países como o Iraque sem temer represálias, confiantes de que, ao final de qualquer cenário, estariam mais fortes do que antes. Hoje, sua influência ainda é enorme, porém em franco declínio nos diversos aspectos que constituem a potência de um império global, de tal maneira que dificilmente os falcões da Casa Branca poderão evitar o rebaixamento do seu domínio no xadrez geopolítico. Em certos continentes, como as Américas e a Europa Ocidental, seu controle continuará implacável. Entretanto, a periferia segue aprofundando seus laços com a superpotência emergente: a República Popular da China.

            Desde que iniciou sua ascensão, a China tem recebido projeções de analistas convictos de que seu colapso viria a qualquer momento. Para estes profetas do apocalipse, o modelo concebido por Deng Xiaoping era — e continua sendo — insustentável, devido ao suposto anacronismo e totalitarismo do partido comunista, que, em tese, seria incompatível com o desenvolvimento das forças produtivas mais avançadas. Na época, esperava-se que a China repetisse o colapso da União Soviética e do restante do Bloco Socialista, atribuída, em boa medida, a medidas políticas e econômicas atabalhoadas, feitas por uma burocracia corrupta e ossificada, excessivamente afastada da classe trabalhadora. Porém, os fatos lhes mostraram o contrário. O gigante asiático tornou-se, após mais de quarenta anos de desenvolvimento fulminante, a locomotiva do capitalismo contemporâneo. Até hoje, nenhum outro país testemunhou um progresso socioeconômico que se igualasse ao de Beijing. No passado, quem poderia ter imaginado que o capitalismo seria salvo de si mesmo por políticas capitaneadas pelo partido comunista chinês?

            Mesmo assim, a China está longe de ser um país idílico, com todos os seus problemas mitigados ou resolvidos — talvez, o seu maior desafio seja o impacto socioambiental causado pela industrialização em larga escala, embora avanços tenham sido feitos. As acusações de violação dos Direitos Humanos, a explosiva desigualdade social, a problemática relação com Hong Kong, o Tibete e o Xinjiang, também são temas espinhosos para os dirigentes comunistas. Todavia, os EUA também tiveram de lidar com questões internas graves, tais como conflitos raciais (ainda combustível para crimes e divisões internas), uma Guerra Civil, o genocídio das nações indígenas etc. Por outro lado, numa sociedade tão complexa como a chinesa, soluções rápidas e fáceis são fantasiosas; há que se recordar que esse povo traz consigo milênios de história, cultura e tradição, tendo, portanto, uma profunda compreensão da sua identidade e missão para os anos vindouros. Isso se expressa, por exemplo, em planejamentos para as décadas futuras que, no hemisfério ocidental, seriam incompreensíveis e irrealizáveis. Estou me referindo ao projeto popularmente conhecido como as “Novas Rotas da Seda”, que, se for concretizado, transformará a feição da Humanidade para o restante do século XXI.

            Hoje, quase todos os países, incluindo fiéis aliados dos EUA, como Austrália, Alemanha e Coreia do Sul, têm como seu maior parceiro comercial a China, de modo que não há quase nada que os estadunidenses possam fazer para alterar uma conjuntura tão adversa aos seus interesses. Em tempos de carestia generalizada, o “dinheiro comunista” é mais que bem-vindo: trata-se de uma tábua de salvação para economias em crise severa e/ou permanente, como é o caso de quase toda a periferia do sistema capitalista. O que seria do agronegócio e do extrativismo brasileiro sem a demanda insaciável da economia chinesa por commodities? É a busca por matérias-primas que, de fato, mantém de pé a balança comercial brasileira. Aliás, há quem afirme que vivemos um neocolonialismo à chinesa, em que a relação metrópole-periferia estaria sendo, lentamente, transferida de Washington para Beijing; quanto a isso, devemos aguardar que o futuro nos traga as respostas.

            Também há quem enfatize o poderio bélico dos EUA como uma garantia da sua supremacia. Entretanto, mesmo tendo capacidade de intimidar nações menores e submissas com seus jatos, mísseis e porta-aviões, os norte-americanos experimentaram derrotas amargas ao longo dos últimos setenta anos. Numa perspectiva mais ampla, de pouco serviu aos falcões possuir a maior máquina de extermínio e destruição que já se viu, pois, desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quase todas as guerras perpetradas pelos EUA resultaram em impasse, recuo ou fiasco. Basta recordar o intragável armistício, em 1953, com a Coreia do Norte, o fracasso, em 1961, da invasão da Baía dos Porcos, o fiásco, em 1973, para o Vietnam, o revés, em 2021, para o Talibã; tampouco eles triunfaram em tentar aniquilar seus arqui-inimigos, Rússia, Coreia do Norte, Síria e Venezuela, com intervenções, bloqueios e sanções econômicas. Mesmo a vitória no Iraque, uma guerra custosa e que pouco lhes serviu, não realizou seu intento máximo: o cerco e futuro ataque ao Irã, que se mantém ainda de pé como o maior antagonista aos EUA no Oriente Médio.

            Enquanto isso, acumulam-se, por toda parte, os sintomas de um mundo em convulsão. A cada ano que passa, tais sinais tornam-se mais visíveis: na Europa Oriental, os russos acumulam vitórias contra os ucranianos, ainda que com colossais perdas humanas e materiais; no Oriente Médio, articula-se uma resposta aos ataques israelenses contra o povo palestino, o que pode provocar uma guerra regional entre muçulmanos e judeus; na África, em menos de três anos, seis países, Gabão, Níger, Mali, Guiné, Sudão e Burkina Faso, passaram por insurreições das suas forças armadas; na América Latina, o chavismo ganha uma frágil sobrevida com a terceira vitória eleitoral de Nicolás Maduro, preservando o sentimento antiamericano no continente mais próximo à Casa Branca; no meio ambiente, eventos climáticos extremos põe em risco a estabilidade de sociedades de diversas partes do globo; por fim, no mercado financeiro das economias emergentes, fala-se em desdolarização das nações que buscam maior autonomia frente ao poderio do dólar.

            Ao mesmo tempo, guerras “menores” ameaçam explodir. Destacam-se os conflitos no Cáucaso, especialmente entre armênios e azerbaijanos, ameaças de anexação de Essequibo pelos venezuelanos, bem como o interminável conflito entre coreanos do sul e do norte etc. Ademais, guerras civis prosseguem sem solução visível para um futuro próximo, como na Síria, na Etiópia, no Sudão, no Iémen, em Mianmar e assim por diante. Há, por fim, repetidas escaramuças fronteiriças entre chineses e indianos, eternos rivais — e detentores de armamento nuclear — no continente asiático; o mesmo ocorre na disputa entre indianos e paquistaneses pelo domínio da Caxemira, ou nas disputas marítimas, entre vietnamitas, filipinos e chineses, pelo controle sobre o Mar do Sul da China. Por fim, muitos já antecipam como inevitável uma escalada militar, ainda nesta década, entre Taipei e Beijing, dando como certa a intenção da China em resolver o conflito com os vizinhos taiwaneses da pior forma possível: uma guerra aberta no estreito de Taiwan, por ponde transita parte considerável das mercadorias globais, em especial os semicondutores asiáticos. Nesses contextos de gravíssima perturbação global, a ONU exerce um papel inexpressivo, próximo à irrelevância geopolítica.

Tais fatos retratam o colapso de uma ordem internacional moribunda e caquética, sem sinais de que possa ser salva por um heroico ocupante da Casa Branca, seja ele/ela republicano ou democrata, globalista ou nacionalista, progressista ou conservador. Na verdade, a questão que mais deve preocupar a Humanidade quanto ao mandatário no Salão Oval, será a sua escolha entre conduzir o mundo a uma conturbada partilha de poder ou à progressiva deterioração de um cenário geopolítico às portas do extermínio nuclear. A dimensão e a duração de tal processo podem ser debatidas, mas a sua inevitabilidade não. Aqui, deve-se sublinhar que uma parte dos ocidentais jamais admitiu ceder terreno a um povo do terceiro mundo, uma ex-colônia sua, haja vista que a Coreia do Sul é um protetorado americano e o Japão, vencido na Guerra do Pacífico, foi forçado a abdicar, no papel, de quaisquer ambições militares. De fato, ainda há, no seio das elites do Atlântico Norte, quem considere os asiáticos uma sub-raça a ser invadida, subjugada e colonizada.

            A aliança entre Vladimir Putin e Xi Jinping, formalmente anunciada em fevereiro de 2022, às vésperas da invasão russa à Ucrânia, ainda que enfrente percalços pelas desconfianças ancestrais entre os dois povos, representa um marco na história do século XXI. Trata-se do encontro entre a segunda maior economia mundial e a maior potência bélica da Eurásia, possuidora de colossais reservas de combustível e matéria-prima; é o amadurecimento diplomático de um par que compõe o núcleo do BRICS e da Organização de Cooperação de Shangai, e que são considerados o maior obstáculo à hegemonia estadunidense. Ambos compreenderam que, aliando-se, possuem meios e recursos para desafiar e transformar o status quo em benefício próprio, algo que, há quinze anos atrás, seria inviável. Se houver uma nova ordem mundial que evite um conflito nuclear entre as potências, ela será capitaneada por tal união de países, representantes da maioria global, assim como da maior parte das riquezas produzidas pela Humanidade.

            Sem dúvidas, quem apostou, há mais de trinta anos, em um “fim da História”, cometeu um erro crasso: a democracia liberal continua sendo posta em xeque e os paradigmas econômicos do Consenso de Washington perderam parte da sua credibilidade. O enriquecimento faraônico das elites ocidentais não alcançou as camadas populares, que, com o passar dos anos, acumularam ressentimento, passando a desconfiar — com boas razões — do establishment político. Ora, o próprio lema que consagrou a campanha de Donald Trump em 2016, o MAGA (Make America Great Again), carrega consigo o reconhecimento de um presente que frustrou expectativas alimentadas pelas lideranças bipartidárias. Com efeito, nesse apelo infantil, nostálgico e simplório, está exposto o fracasso dos presidentes que ocuparam a Casa Branca nas três décadas em que a China mais cresceu: Bill Clinton (1993 – 2001), George W. Bush (2001 – 2009) e Barack Obama (2009 – 2017); os dois primeiros acabaram relegados ao ostracismo, enquanto que Obama tenta sobreviver à maré que põe em xeque o establishment partidário no ocidente. Não é por acaso que, ao tratar dos seus antecessores, Trump se apresente como uma espécie de “ruptura com o sistema”, um adversário do “deep state”. Se isso guarda alguma verdade, é outra discussão.

Também não é por acaso que a classe trabalhadora do ocidente clame por uma mudança, seja esta qual for. Romper com o passado fez com que as classes populares elegessem, em 2008, o primeiro presidente negro dos EUA, e que acabou sendo sucedido, oito anos depois, por Trump, uma figura ainda mais controversa, ou seja, outro gesto de mudança abrupta. No entendimento do americano comum, as velhas soluções não parecem funcionar, as instituições perderam parte da sua inabalável credibilidade e a corrupção tomou conta de quase tudo. Daí provém, em parte, a razão de assaltar o Capitólio em 2021: se as instituições não vêm ao povo, o próprio povo deve ir até elas, tomando-as tal qual ocorrera com a Bastilha francesa. Felizmente, os extremistas não obtiveram seu objetivo máximo: instabilizar o cenário político a tal ponto que fossem capazes de impedir a saída de Trump do poder. No entanto, a insatisfação das camadas populares permanece mais viva do que nunca, e tanto o trumpismo quanto o bolsonarismo sobrevivem, a despeito das derrotas eleitorais de 2020 e 2022.

A base que os mantém de pé, de fato, não abre mão de suas convicções, tal qual fanáticos de uma seita obscura. Eles são, em boa medida, homens das camadas médias e baixas da sociedade que viram sua qualidade de vida chafurdar nas últimas décadas; muitos tiveram uma educação rasteira e com poucas chances de ascensão social, vivendo em lugarejos remotos do interior dos EUA, em meio a um clima provinciano e reacionário, sem os ares cosmopolitas de metrópoles como New York, Los Angeles e San Francisco. Não é à toa que Trump foi derrotado, tanto em 2016 quanto em 2020, na maioria das grandes capitais americanas, ao passo em que venceu nos condados mais remotos.

Em 2016, a reação de alguns democratas preteridos trouxe à baila seu elitismo, uma incapacidade crônica em buscar compreender o cotidiano dos mais pobres. Foi a própria Hillary Clinton quem definiu os apoiadores de Trump como “deploráveis”. Na realidade, a profunda humilhação que estes “deploráveis” sentem pela sua pobreza, os obriga a achar alguém para culpar, de sorte que os demagogos saíram à procura dos bodes expiatórios ideais: imigrantes, muçulmanos, esquerdistas, minorias etc. Até agora, o receituário da intolerância rendeu algumas vitórias à extrema direita. Mais uma vez, vestir-se como outsider, isto é, alguém “fora do sistema”, acabou por se tornar a virtude máxima para o homem público, ainda que isso não passe de conversa furada. Nesse sentido, o atentado contra Donald Trump caiu como uma luva para os seus seguidores, tal como ocorrera, em 2018, com Bolsonaro, pois o consagrou como mártir da “luta pela liberdade” contra a cultura esquerdista woke. Logo, quem esperava que Trump saísse da cena política após seu revés, em 2020, agora precisa lidar com a possibilidade do seu retorno à Casa Branca, o que daria fôlego a movimentos extremistas em diversas regiões do globo.

Mesmo assim, a História costuma nos surpreender. Às vezes, ela o faz de uma maneira que preferiríamos que não ocorresse. Sentimo-nos frustrados por não poder mudar nada do que achamos errado e injusto, até que a mudança vem quando menos esperamos, como um incêndio que toma de súbito a casa inteira. Quem lutou à mão armada contra a Ditadura (1964-1985) deve ter se sentido numa luta de Davi contra Golias, e muitos morreram com bravura e heroísmo, mas sem conseguir depor os militares e muito menos pôr fim ao capitalismo. Até que a democracia ressurgiu, o povo respirou aliviado e os militares voltaram à caserna. Em poucos anos, a Ditadura, que parecera, em outros tempos, tão sólida, passou a ser um capítulo nos livros empoeirados de história. Parece que a maré da mudança nos foge do controle, quer aceitemos isso ou não.

Na juventude, convencemo-nos de que os nossos sonhos se confirmarão, até que a maturidade nos imponha as verdades mais indigestas. Houve quem sonhasse que a União Soviética duraria para sempre, que ela seria o farol que conduziria a Humanidade à libertação; houve também quem dissesse que, em pouco tempo, o capitalismo morreria pelas suas contradições internas. Nenhuma dessas previsões, tão populares em épocas passadas, se concretizaram. A experiência soviética sumiu do mapa, deixada de lado por seus velhos dirigentes, enquanto que o capitalismo segue regendo a Humanidade com sua massacrante espoliação. Palavras como “socialismo” e “revolução” deixaram o horizonte coletivo, e ninguém se dispõe a desafiar a exploração das massas no Brasil e no mundo. Sentimo-nos como George Floyd: sem conseguir respirar.

Por outro lado, nós podemos nos assegurar, hoje, de um único fato: as tendências que despontaram nos últimos anos apontam para um futuro distinto daquele que existira gerações passadas, e não há sinais de que essa mudança — em forma de avalanche incontrolável — possa ser revertida ou contida pelos centros dominantes, seja por meio de sanções, golpes ou de incursões militares. Pelo contrário, alguns destes centros carcomidos por seus vícios e preconceitos parecem incapazes de assimilar o que está acontecendo. Nas palavras do próprio Xi Jinping, em encontro com Putin, testemunhamos a maior mudança dos últimos duzentos anos, quando as nações imperialistas impuseram, a ferro e fogo, sua dominância sobre o planeta. Naqueles tempos, africanos, asiáticos e latino-americanos provaram o amargor da espoliação, do racismo e do genocídio. Agora, tudo é diferente, porque, como previra Mackinder, ainda em 1904, quem controla a Eurásia, controla o mundo. Péssima notícia para Washington, que jamais teve de lidar com um adversário tão poderoso quanto o bloco sino-russo, de modo que sua reação a esse desafio determinará o restante do século XXI.

Por fim, permito-me encerrar essa avaliação num tom filosófico. Talvez haja na sabedoria do Oriente algo que nós, ocidentais, devêssemos aprender o mais rápido possível, pois, tal como os budistas nos ensinam há mais de vinte e cinco séculos, a roda da impermanência é inescapável e avassaladora; seu movimento esmaga pobres e ricos, fracos e fortes, miseráveis e poderosos. A essa altura da história humana, quem pode detê-la?

 

Daniel Viana de Sousa

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domingo, 30 de junho de 2024

20 séries que me marcaram

 

        Desde o início da década passada, temos experimentado um período áureo na produção de séries televisivas. Decidi, então, fazer outra lista. Desta vez, apresentarei as séries que mais me marcaram nesses últimos treze anos. Como não sou um grande consumidor desse tipo de conteúdo, o número de obras selecionadas é menor em relação às outras listas que já publiquei por aqui.

Algumas dessas produções tornaram-se um fenômeno de massas, uma obsessão coletiva. Crianças, jovens e adultos das mais diversas nacionalidades passaram a debater, em tavernas, calabouços e redes sociais, o destino dos seus personagens prediletos e também a morte dos vilões mais pérfidos. Claro que o conteúdo era — e continua sendo — quase inteiramente dos Estados Unidos da América, centro pulsante da indústria cultural mundial.

Aliás, mesmo com a pirataria promovida em larga escala, não falta verba pra se produzir conteúdo televisivo da mais alta complexidade em terras anglo-americanas; a cada temporada que passa, o orçamento de algumas franquias alcança cifras milionárias, comparáveis às maiores produções hollywoodianas. Trata-se de uma prova cabal de que a produção cultural só é vista como algo fútil e supérfluo por parte dos brasileiros mais pré-históricos. Na realidade, do lado de cá, muitos sonham em assinar um contrato com esses estúdios, ainda que seja como dublê ou decorador de camarim. Não há dúvidas de que isto seja parte de um fenômeno bem conhecido nas terras ao sul do Equador: o imperialismo cultural.

No entanto, como todas as minhas listas apontam, eu não me disponho a guerrear os gentlemen de pele alva, que nos fazem visitas periódicas há mais de cinco séculos. Ao contrário, tal qual um tupi lusitano, estou disposto a recebe-los e devorá-los, desmembrando suas carnes, falares e saberes, indo ao âmago da essência mais secreta e íntima. Estou em busca do que não sou, para, assim, decifrar o que apenas eu consigo sentir em mim. Se encontrarei o que procuro, só o tempo responderá. Deixe-o falar em sua língua cheia de malícia e mistérios.

Assim como ocorrera com a invasão do rock, na segunda metade do século XX, resta aos brasileiros contemplarem, de boca aberta, os dragões valirianos tocarem fogo no parquinho. Sem dúvidas, seria inútil enfrenta-los a essa altura do campeonato. Eu não entro nessa. Precisamos realizar uma valorização da cultura brasileira que não feche as portas — e as mentes — para a influência externa. Não podemos deter a roda da História, e sim encontrar meios de usá-la ao nosso favor.

E, mesmo que ter sucesso não seja, necessariamente, ter qualidade, seria espantoso se alguém afirmasse desconhecer tudo que estou falando aqui. Isso me faria censurá-lo por seu descaso com o pouco de bom que ainda sobrevive na televisão contemporânea. Atenção! Aproveite enquanto há tempo, pois é impossível saber se a qualidade será mantida nos próximos anos, ainda que, como a própria lista indica, boas histórias continuem sendo feitas, ano após ano, por diferentes diretores, roteiristas, atores etc.

       Antes de mais nada, é preciso relembrar os mais perfeccionistas que todas as criações têm seus altos e baixos. Certas dramatizações, como Game of Thrones, não conseguiram um encerramento à altura do esperado; outras tiveram um começo magistral, mas decepcionaram logo em seguida, como fora o caso de Westworld. No entanto, as séries que insisti em pôr aqui me impactaram, a despeito de seus triunfos e fracassos, das propostas inovadoras e escolhas erradas. Pois, fazer arte não é fácil. Ela nos exige uma dedicação que a maioria do público, simplesmente, desconhece. Nada cai do céu e não existem manuais quando se anda às escuras no processo criativo. Pelo contrário, a fronteira que separa uma formulação bem pensada de uma tontice não é tão visível quanto pensam alguns juízes de internet, de modo que quase todos os veteranos do meio artístico, em algum momento, já se equivocaram na realização do seu ofício. Essa “confusão” fica ainda mais interessante quando o artista erra e, supreendentemente, o público aplaude sem se dar conta do que, de fato, aconteceu. Algumas vezes, o “erro” é tudo que o público mais espera. Portanto, pensem bem antes de criticarem qualquer artista!

As obras que escolhi se sobressaem por sua qualidade, ainda que eu não tenha visto outras séries elogiadas pelo público e pela crítica, como é o caso, por exemplo, de Narcos e The Big Band Theory. No futuro, talvez eu faça novas listas com o que estou vendo hoje. Enfim, estou convencido de que, no futuro, algumas destas franquias serão lembradas como a definição de toda uma época.

 

1.    Game of Thrones (HBO), David Benioff & D. B. Weiss;

2.    House of the Dragon (HBO), George Martin and Ryan Condal;

3.    Westworld (HBO), Jonathan Nolan & Lisa Joy;

4.    Power of Art (BBC), Simon Schama;

5.    Vikings (History Channel), Michael Hirst;

6.    Wild, Wild Country (Netflix), Maclain Way & Chapman Way;

7.    Breaking Bad (AMC), Vince Gilligan;

8.    Stranger Things (Netflix), Os irmãos Duffer;

9.    Black Mirror (Netflix), Charlie Brooker;

10. Sessão de Terapia (GNT e Globoplay), Jaqueline Vargas;

11. PSI (HBO), Contardo Calligaris;

12. House of Cards (HBO), Beau Willimon;

13. The Handmaid’s Tale (HULU), Bruce Miller;

14. Chernobyl (HBO), Craig Mazin;

15. Fallout (Amazon), Graham Wagner e Geneva Robertson-Dworet;

16. Shogun (HULU), Rachel Kondo e Justin Marks;

17. The Last of Us (HBO), Craig Mazin e Neil Druckmann;

18. The Devil Next Door (Netflix), Yossi Bloch e Daniel Sivan;

19. O povo brasileiro (GNT), Grinspum Ferraz;

20. The Vietnam War (2017), Ken Burns e Lynn Novick.

 

 

Daniel Viana de Sousa

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sexta-feira, 24 de maio de 2024

30 discos que fizeram a minha cabeça

 

            Os discos escolhidos aqui me tocaram, dos calafrios na pele exposta até o âmago do caráter. Talvez, algum tenha ficado de fora, mas a síntese fundamental está aí. Além disso, é provável que o leitor suponha que estes são os meus álbuns preferidos. Certamente, aqui está uma compilação inestimável para a minha história. No entanto, eu me limitei a um único disco por artista ou banda, o que já deixa muita coisa boa de fora; também priorizei aquilo que ouvi da adolescência até os anos mais recentes, de modo que as bandas que estou ouvindo há pouco tempo terminaram ficando de fora.

            Há discos que, embora não sejam os mais primorosos de cada artista, deixaram, no momento em que ouvi pela primeira vez, uma marca especial em mim, como é o caso de The Bends (1995), que foi um dos primeiros discos internacionais que me lembro de ter escutado. Há discos que são uma mera compilação, mas que, ainda assim, me apresentaram o artista por inteiro, como é o caso de Legend (1984). Também há discos que, por si só, me apresentaram um gênero musical inteiro, como o Selected Ambient Works (1992) e o Dark Side of the Moon (1973). Além disso, há o caso do Sgt. Pepper’s (1967), que, embora não seja meu disco preferido dos The Beatles, foi a obra que me apresentou — no começo da juventude — a ideia transformadora de um álbum conceitual, bem como toda a efervescência dos anos 1960. De certo modo, o Sgt. Pepper’s foi um dos caminhos que me trouxeram ao eu sou hoje.

            Foi graças à minha família que a maior parte dessas influências chegaram aos meus ouvidos. Enquanto meus irmãos ligavam o som do carro, às vezes viajando à tarde pelo interior do mundão agreste, eu ouvia canção por canção, de Zeca Pagodinho a Tom Jobim, de Belchior a Led Zeppelin, de Cazuza a Bob Marley, e assim por diante. Não posso negar que, algumas vezes, isso acontecia à revelia da minha vontade; ainda assim, agradeço a eles por ter sido incluído nesse oceano musical. A despeito de minhas inúmeras falhas e contradições, eu não seria quem sou hoje sem tais obras.

            Ainda tento manter-me aberto a tudo que encontro pela primeira vez, por mais desafiador que seja. Hoje em dia, somos expostos a estrume em escala global, para dizer o mínimo, pois há um desencanto generalizado um desamor pela beleza da vida, que se reflete naquilo que se pensa e, consequentemente, no que se faz. Valoriza-se, portanto, a inabilidade, a ignorância e a vulgaridade, como sinais claros de “improviso” e “transgressão artística”. Infelizmente, para muitas pessoas, afirmar isso significa assumir-se reacionário e conservador, ou seja, alguém que despreza os oprimidos e a arte por eles produzida. Ah, que pena! Já fomos muito melhores que isso, basta ver a lista abaixo, a qual compilei em poucas horas. Continuo crendo na inventividade humana, ainda que estejamos num período de visível decadência sociocultural.

Enfim, como em todas as listas que faço, a ordem não diz muita coisa. O que verás a seguir foi tão somente o que veio à mente num lampejo triunfante e caótico.

 

1.    Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Bands (1967), The Beatles;

2.    À Vontade (1967), Baden Powell;

3.    Electric Ladyland (1968), Jimi Hendrix;

4.    Let it Bleed (1969), The Rolling Stones;

5.    Stand! (1969), Sly and the Family Stone;

6.    All Things Must Pass (1970), George Harrison;

7.    Dark Side of the Moon (1973), Pink Floyd;

8.    What’s Going On (1971), Marvin Gaye;

9.    Led Zeppelin IV (1971), Led Zeppelin;

10. A Love Supreme (1965), John Coltrane;

11. In a Silent Way (1969), Miles Davis;

12. Highway 61 Revisited (1965), Bob Dylan;

13. The Inner Mounting Flame (1971), Mahavishnu Orchestra;

14. L.A. Woman (1971), The Doors;

15. Clube da Esquina (1972), Clube da Esquina;

16. Acabou Chorare (1972), Novos Baianos;

17. Elis & Tom (1974), Tom Jobim e Elis Regina;

18. A Tábua de Esmeralda (1974), Jorge Bem Jor;

19. Cartola (1974), Cartola;

20. Criaturas da Noite (1975), O Terço;

21. Era uma vez um homem e seu tempo (1979), Belchior;

22. Legend (1984), Bob Marley;

23. O Tempo não Para (1988), Cazuza;

24. As Quatro Estações (1989), Legião Urbana;

25. Selected Ambient Works 85-92 (1992), Aphex Twin;

26. Da Lama ao Caos (1994), Chico Science e Nação Zumbi;

27. Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão (1994), Marisa Monte;

28. Meio desligado (1994), Kid Abelha;

29. The Bends (1995), Radiohead;

30. Fleet Foxes (2008), Fleet Foxes.

 

Daniel Viana de Sousa

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