Alheio às velhas luzes
distantes,
cujo seráfico vagar eu me
aparto,
bebo do cálice de visões
delirantes,
santo sumo, profano e
catártico.
As hostes me banem do espaço
sem poder ferir meu furor
radiante,
pois nasci para o fragor
famigerado
de ser completo a todo
instante.
Ferve nisso o Maligno
inebriante,
cujo prazer é permanente fardo.
São vermes vorazes de amante
possuídas sem me deixarem
farto.
Trago, assim, a rijeza do
diamante
e a rebeldia de quem é incauto,
e abrir espaço no mar
fustigante
para fazer emergir meu último
ato.
Não fui estimado pelo
celebrante
do ritual com o qual não
comparto.
Pois, sou proscrito sem
atenuante,
vadio apócrifo desde o próprio
parto.
Daniel Viana de Sousa
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